Nos últimos anos, o teletrabalho no setor público ganhou força, principalmente com os avanços tecnológicos e os impactos da pandemia. A possibilidade de realizar as atividades do serviço público fora do ambiente físico das repartições mostrou-se eficiente, econômica e vantajosa em muitos aspectos.  

Hoje, trabalhar de casa ou de outro local tornou-se uma alternativa viável para diversos servidores públicos, com impactos positivos na produtividade e na qualidade dos serviços prestados à população.  

Veja como implementar o teletrabalho no setor público e garantir produtividade trabalhando de casa no artigo. 

O que é teletrabalho e como funciona no setor público? 

O teletrabalho, também chamado de trabalho remoto, é uma forma de executar as tarefas do emprego fora do local físico do órgão. Em vez de ir até a repartição pública, o servidor trabalha de casa ou outro local adequado, usando a internet e ferramentas digitais. 

No setor público, o teletrabalho precisa seguir regras específicas. Isso garante que o serviço continue funcionando com qualidade e que os dados públicos sejam protegidos. 

Uma das principais normas é o Decreto nº 11.072/2022, que regulamenta o teletrabalho no serviço público federal. Ele estabelece regras sobre como os servidores podem trabalhar remotamente, quais atividades são permitidas, como acompanhar o desempenho e quais são as responsabilidades dos gestores. 

O que diz o Decreto nº 11.072/2022 e como funciona nas instâncias estaduais e municipais 

O Decreto nº 11.072/2022 é a norma do governo federal que regulamenta o teletrabalho no serviço público federal, por meio do Programa de Gestão e Desempenho (PGD). Ele estabelece que os órgãos e entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional podem adotar o trabalho remoto, desde que atendam a critérios como formalização do plano de gestão, definição de metas, monitoramento de desempenho e manutenção da qualidade dos serviços públicos. 

Esse decreto permite que o servidor realize suas atividades remotamente, total ou parcialmente, com foco em produtividade, resultados e responsabilidade individual. A adesão ao teletrabalho deve respeitar a natureza do cargo e a viabilidade das atividades fora da sede do órgão. 

Nas instâncias estaduais e municipais, o funcionamento do teletrabalho depende de normas próprias de cada ente federativo. Muitos estados e prefeituras criaram decretos ou portarias específicas, inspiradas no modelo federal, mas com adaptações à sua realidade. Em geral, é necessário que cada órgão avalie os cargos compatíveis, crie regras claras e defina como será feito o controle das atividades. 

Por isso, é importante que os gestores públicos dessas esferas consultem as legislações locais e façam ajustes alinhados às diretrizes estaduais ou municipais. A adoção responsável do teletrabalho, com base legal sólida, garante mais segurança jurídica e melhores resultados para a administração pública como um todo. 

Principais pontos do Decreto nº 11.072/2022 sobre o teletrabalho: 

  • Adesão voluntária e formalizada: o servidor precisa manifestar interesse e aderir formalmente ao Programa de Gestão. 
  • Plano de trabalho individual: devem ser estabelecidas metas e entregas específicas para o servidor em teletrabalho, com acompanhamento contínuo de desempenho. 
  • Avaliação por resultados: a produtividade do servidor deve ser avaliada com base em entregas, qualidade e prazos, e não por tempo de conexão ou carga horária. 
  • Serviços essenciais presenciais mantidos: as atividades presenciais devem ser preservadas, especialmente as que envolvem atendimento ao público. 
  • Sem impacto na remuneração: o servidor em regime de teletrabalho mantém seus direitos e vencimentos, desde que cumpra os resultados pactuados. 
  • Infraestrutura e local adequado: cabe ao servidor garantir um ambiente propício para o desempenho das atividades, com acesso à internet e equipamentos. 
  • Possibilidade de retorno presencial: a qualquer momento, o órgão pode encerrar a participação do servidor no teletrabalho, se houver necessidade institucional. 
  • Compromisso com a ética e o sigilo: o servidor deve seguir as normas de segurança da informação e proteger os dados públicos no ambiente remoto. 

Vantagens do teletrabalho para o serviço público 

O teletrabalho no setor público traz várias vantagens para os servidores, para os gestores e para os cidadãos. Veja os principais benefícios: 

1. Redução de custos 

Com menos pessoas nos prédios públicos, há economia com energia, água, papel, limpeza, transporte e até aluguel. Essa economia pode ser usada para melhorar os serviços prestados à população. 

Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), a implementação do teletrabalho na administração pública resultou em até 50% de economia nos órgãos públicos em comparação ao período pré-pandemia. 

 Analisando 23 órgãos dos três Poderes, o TCU observou uma economia de milhões. Por exemplo, a Advocacia-Geral da União relatou uma economia de R$ 30 milhões com locação de imóveis entre 2019 e 2023. 

2. Melhoria na qualidade de vida dos servidores 

Trabalhar de casa evita o trânsito e o desgaste físico. O servidor tem mais tempo para cuidar da saúde, da família e da vida pessoal. Isso melhora o bem-estar e a produtividade.  

Além disso, o trabalho em casa pode ajudar com pessoas que sofrem com Burnout (síndrome de esgotamento físico e mental), as longas horas no trânsito e desgaste presencial podem ser prejudiciais aos servidores que gostam do home-office. Mas é preciso ter cuidado, tudo depende também de uma liderança empática com relação aos servidores, sem essa empatia é difícil manter a tranquilidade no trabalho, no remoto ou presencial. 

3. Continuidade dos serviços em períodos de crise 

Durante a pandemia da COVID-19, o teletrabalho garantiu que muitos serviços públicos continuassem operando, mesmo com as restrições. Em outras emergências, como enchentes ou greves de transporte, o trabalho remoto também é uma solução eficaz. 

4. Atração de novos talentos e sustentabilidade 

O teletrabalho pode atrair pessoas qualificadas que valorizam flexibilidade. Além disso, diminui o impacto ambiental, com menos uso de veículos e menos emissão de poluentes. 

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5. Comunicação assíncrona 

A comunicação assíncrona no setor público permite que servidores troquem informações e realizem tarefas sem a necessidade de estarem conectados ao mesmo tempo, promovendo mais autonomia, foco e eficiência. Esse modelo reduz a dependência de reuniões e respostas imediatas, o que evita interrupções constantes e permite que cada profissional organize melhor sua rotina de trabalho.  

Em um ambiente onde a burocracia e a sobrecarga são comuns, a comunicação assíncrona favorece a tomada de decisões mais refletidas, melhora a qualidade das entregas e contribui para um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo. 

Desafios do trabalho remoto no setor público 

Apesar dos benefícios, o teletrabalho no setor público ainda enfrenta alguns desafios importantes: 

1. Burocracia e cultura organizacional 

Muitos órgãos públicos seguem modelos antigos de trabalho. A mudança para o remoto exige uma nova mentalidade. Alguns gestores ainda valorizam a presença física, mesmo quando o desempenho pode ser medido por resultados. 

2. Segurança da informação 

O setor público lida com dados sensíveis. Por isso, é essencial garantir que os servidores usem redes seguras, evitem o uso de equipamentos pessoais e sigam boas práticas de segurança digital. 

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3. Gestão à distância 

A liderança remota precisa ser diferente. É preciso saber confiar, acompanhar metas e manter o engajamento da equipe. Isso exige novas habilidades dos gestores públicos, como empatia, comunicação clara e foco em resultados. 

Como solicitar o teletrabalho home-office no setor público  

Os servidores interessados devem atender aos requisitos previstos no PGD e formalizar sua solicitação. A adesão ao home-office também exige comprometimento com os resultados e atenção às normas de segurança da informação. 

  1. Verifique se sua unidade tem um PGD ativo: 
    Antes de tudo, é necessário que a unidade onde você está lotado tenha um Programa de Gestão de Desempenho (PGD) formalizado por Portaria, permitindo a modalidade de teletrabalho. Sem isso, não é possível aderir ao regime. 
  1. Acesse o sistema de gestão da instituição: 
    A solicitação deve ser feita por meio do sistema oficial utilizado pelo seu órgão (como o SUAP, no caso do IFSULDEMINAS, ou o SISGP, em outras instituições públicas). 
  1. Solicite a adesão ao teletrabalho: 
    Dentro do sistema, preencha o formulário de adesão, informando todos os dados exigidos. Em geral, será necessário anexar documentos como o termo de responsabilidade e, quando aplicável, justificativas específicas. 
  1. Anexe os documentos necessários: 
    Algumas instituições podem exigir documentação complementar, como atestados médicos, declarações ou comprovantes que sustentem a solicitação. Fique atento ao que o PGD da sua unidade exige. 
  1. Aguarde a análise da solicitação: 
    A chefia imediata e, em alguns casos, a direção da unidade farão a análise do pedido com base nas regras do PGD e nas necessidades do setor. 
  1. Receba a resposta: 
    Após a avaliação, o servidor será informado sobre a aprovação ou não da solicitação. Se aprovado, poderá iniciar suas atividades em regime de teletrabalho conforme o plano definido. 

Dicas para gestores públicos otimizarem o teletrabalho 

Veja boas práticas para liderar equipes remotas no setor público: 

1. Incentive a comunicação 

Aposte em reuniões semanais, grupos de mensagens e feedbacks regulares. A comunicação é a base do sucesso no trabalho remoto. 

2. Seja flexível 

Permita que os servidores organizem seu tempo com autonomia, desde que entreguem os resultados. A confiança gera compromisso. 

3. Cuide da saúde da equipe 

Evite sobrecarga, estimule pausas e promova ações de bem-estar. Ofereça suporte psicológico quando possível. Um servidor saudável entrega mais e melhor. 

4. Avalie resultados e não horas trabalhadas 

Foque nos resultados entregues, não no tempo de conexão. Avaliar o desempenho com base nas entregas traz mais justiça e transparência. 

O futuro do teletrabalho no setor público 

O teletrabalho vai continuar crescendo. Muitos órgãos já adotam o modelo híbrido, combinando dias em casa e no escritório. Isso permite mais flexibilidade, reduz custos e mantém o contato presencial quando necessário. 

Com a digitalização dos serviços públicos, como agendamentos online, protocolos eletrônicos e atendimento virtual, o trabalho remoto tende a se tornar ainda mais comum. A população se beneficia com serviços mais rápidos e servidores mais motivados. 

Além disso, novas soluções tecnológicas, como inteligência artificial, automação de processos e sistemas integrados, vão facilitar ainda mais o trabalho remoto, aumentando a produtividade e a transparência. 

Também é possível que surjam novas leis e regulamentações nos próximos anos, adaptando ainda mais o serviço público à realidade digital. O futuro aponta para um setor público mais moderno, eficiente e conectado com as necessidades da sociedade. 

Conclusão 

O teletrabalho no setor público é uma oportunidade de modernização. Ele melhora a qualidade dos serviços, reduz custos e valoriza o servidor. Mas, para dar certo, é preciso planejamento, investimento em tecnologia e mudança de cultura. 

Os gestores públicos devem estar abertos à inovação, com foco na produtividade, no bem-estar dos servidores e na qualidade do atendimento ao cidadão. 

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