À medida que a sociedade avança em direção a um futuro cada vez mais digital, o setor público não fica à margem dessa transformação. Não por acaso, especialistas já concluem que as turbulências globais e a disrupção tecnológica pressionam os governos a encontrar um equilíbrio – uma vez que a modernização não oferece apenas oportunidades, mas também riscos.
Em nosso artigo de hoje, elencaremos cinco tendências tecnológicas para o setor público que emergem como pilares dessa revolução. Longe de ser possível esgotar essa discussão em um único artigo, nosso objetivo é fornecer um vislumbre do que podem ser algumas dessas oportunidades, além de claro: como se preparar para elas. Ao longo de sua leitura, veja também:
- Como o aumento do trabalho remoto no setor público afeta as medidas de segurança cibernética;
- O que são SuperApps;
- O impacto da conectividade 5G nos serviços prestados ao cidadão;
1 - Segurança Adaptável
Segundo a consultoria global, Gartner, até 2025, estima-se que 75% dos líderes de TI no setor governamental terão uma responsabilidade direta em garantir a segurança cibernética para além dos domínios convencionais de tecnologia da informação. Na prática, uma vez que o trabalho remoto se torna cada vez mais frequente – inclusive, no setor público – torna-se fundamental que esses líderes de TI reconheçam que as fronteiras do
perímetro, por onde trafegam os dados do governo e dos cidadãos, não mais se limita à infraestrutura física do órgão.
Nesse sentido, a consultoria indica que a convergência de dados corporativos, privacidade, cadeia de suprimentos, sistemas ciberfísicos (aqueles que unem estruturas físicas e digitais), bem como a presença da nuvem, requer uma abordagem de segurança integrada. Isto é, que considere todas as dimensões das potenciais ameaças e suas respectivas estratégias de defesa, incluindo o investimento numa infraestrutura tecnológica mais moderna e robusta.
2 - SuperApps
Conforme aponta o
MIT Technology Review, a revista digital do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, os SuperApps, uma tendência originalizada na China, também devem se disseminar por todo o globo, especialmente no tocante aos serviços prestados pelo governo.
Os SuperApps combinam múltiplos recursos, oferecendo diversos serviços dentro de uma mesma plataforma digital. No Brasil, o maior exemplo é a plataforma Gov.br, que centraliza dados e funcionalidades relativos a uma enorme variedade de serviços prestados por diferentes órgãos federais, estaduais e municipais.
Para o cidadão, a maior vantagem é a conveniência, já que, com apenas um cadastro em uma única plataforma, é possível ter acesso a diferentes "sub-aplicativos". Como exemplos desses sub-aplicativos, é possível citar o ConecteSUS, o aplicativo do FGTS e os documentos digitais, como a Carteira Nacional de Habilitação e a Carteira de Trabalho, que já possuem suas versões virtuais.
Todos esses serviços se alimentam de dados fornecidos pela plataforma Gov.br. Para o governo, as vantagens são ainda mais amplas, uma vez que o formato unifica os dados e facilita sua atualização, além de permitir o cruzamento de informações. Não por menos, o
Gartner prevê que mais de um terço dos governos nacionais oferecerá aos cidadãos carteiras de identidade baseadas em dispositivos móveis até 2024.
3 - Hiperautomação
Assim como já ocorre no setor privado, a hiperautomação é outra tendência que deve chegar ao setor público em breve. De acordo com a consultoria, 60% das organizações governamentais priorizarão a automação de processos até 2026 – acima dos 35%, em 2022. Dentre as maiores vantagens da hiperautomação, o ganho de eficiência é um grande destaque, mas a mudança também deve refletir na oferta de serviços públicos mais conectados e integrados.
Em consonância ao Gartner, o MIT é categórico ao afirmar, ainda, que as organizações devem investir na criação de um "sistema imunológico digital", que combine informações baseadas em dados – sobre testes automatizados, resposta automatizada a incidentes,
deploy automatizado de softwares, dados da operação de TI, por exemplo – para aumentar a resiliência e a estabilidade dos sistemas computacionais.
A aplicação da hiperautomação no setor público traz vantagens claras. Em um contexto em que se faz necessário entregar mais com menos recursos financeiros e humanos, a hiperautomação é o caminho para ofertar cada vez mais serviços, com qualidade e rapidez cada vez maior.
4 - Inteligência Artificial
Aqui, no
blog da Mtec, já fornecemos alguns detalhes sobre como a Inteligência Artificial pode impactar o setor público. Para além disso, porém, estima-se que no setor público, o uso de IA poderia ajudar na elaboração de políticas públicas, no controle do orçamento, na análise de políticas de distribuição de renda, na prevenção de fraudes, em saúde e segurança públicas.
Tal como também destaca o artigo do MIT, o apoio da IA pode servir até mesmo de forma preditiva, indicando os pontos onde há maior probabilidade de ocorrência de crimes, permitindo um planejamento adequado do policiamento ostensivo e preventivo.
Ainda assim, é válido ressaltar que, tal como apontamos em nosso artigo, o bom uso da IA ainda vai exigir tempo – inclusive, para que a própria tecnologia amadureça, se tornando mais diversa, personalizada e intuitiva. Mais do que isso, também será necessário capacitar os futuros e atuais servidores públicos sobre como utilizá-la de forma eficiente, bem como ética e alinhada aos princípios legais pertinentes.
Isso, por sua vez, também exigirá uma atualização dos atos normativos que regem o trabalho desenvolvido em cada órgão.
5 - Conectividade 5G
Conforme a
pesquisa TIC Domicílios 2021, do CETIC.br, 82% das casas brasileiras têm acesso à Internet, sendo 83% na área urbana e 71% na área rural.
O 5G tem o poder de transformar a vida das pessoas, possibilitando serviços que se apoiam em tecnologias avançadas mencionadas antes. Para isso, será crucial expandir o alcance do 5G para tornar a Internet acessível a todos em nosso país.
A quinta geração da internet móvel oferece velocidades ultrarrápidas na transmissão de dados, traz consigo novas aplicações e uma revolução tecnológica adicional, e seu uso certamente irá crescer exponencialmente no futuro.
Uma vez bem estabelecido, o 5G deve garantir mobilidade a processos que, atualmente, dependem de infraestruturas nada portáteis – seja por questões de segurança, seja pelo alto volume de dados envolvido.
Na prática, é possível tomar por base o exemplo do 4G: lançado no Brasil em 2013, o 4G se provou muito mais do que uma internet móvel de velocidade superior ao 3G. Não por acaso, estudos relacionam o avanço do 4G no mundo como o responsável pela economia dos aplicativos, responsável por uma receita direta que ultrapassa os US$ 1 trilhão a cada ano, e que viabilizou serviços populares e indispensáveis na vida moderna, como o Uber e o iFood.
No caso do 5G no contexto público, a expectativa é de que a conectividade móvel ultrarrápida ofereça ainda mais avanços, a citar um ensino remoto de maior qualidade, bem como a telemedicina.
Em 2021, o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o InCor, Instituto do Coração, anunciaram a
criação de uma plataforma de telemedicina que, no futuro, deve viabilizar a realização de cirurgias remotas, como foco em pacientes pediátricos de regiões isoladas do país.
Conclusão
Estas cinco tendências em tecnologia estão esculpindo o futuro do setor público. A segurança adaptável, os SuperApps abrangentes, a hiperautomação eficiente, a inteligência artificial perspicaz e a conectividade 5G revolucionária são os blocos que sustentarão um governo ágil e alinhado com as necessidades dos cidadãos.
No entanto, para que todos esses benefícios se concretizem, é imperativo investir na modernização da infraestrutura tecnológica. O progresso dessas tendências depende de bases sólidas e atualizadas, permitindo que as promessas da segurança, conveniência, eficiência e conectividade se tornem realidade.
É por meio desse investimento que o setor público poderá colher plenamente os frutos da transformação digital, tornando-se um facilitador eficaz para a vida dos cidadãos e aprimorando o modo como os serviços são entregues e experienciados.
E por falar em renovação da infraestrutura tecnológica, vale citar que a Mtec tem mais de 37 anos de experiência no oferecimento de soluções de TI para o ecossistema público. Com isso, além de termos conquistado um serviço de excelência, também mantemos o maior
banco de Atas de Registro de Preços do Brasil, com uma ampla variedade de produtos, além de um processo de adesão ágil e fácil.
Gostou desse conteúdo? Então leia também: