Sinônimo de inovação, as cidades inteligentes, ou smart cities, no termo original em inglês, são espaços urbanos comprometidos com o bem-estar dos cidadãos e com o desenvolvimento sustentável. Dessa forma, mais do que simplesmente tecnológicas, essas localizações se destacam por transformar as rotinas daqueles que nelas habitam ou trabalham, fazendo isso com o apoio de soluções digitais que funcionam em conjunto.
Em síntese, uma cidade inteligente não é avaliada tão somente pelo seu nível de maturidade digital, mas, sobretudo, por como as tecnologias são empregadas. Mas, afinal, como você, prefeito ou gestor público, pode tornar a sua cidade mais inteligente a partir da tecnologia? No artigo de hoje, abordaremos algumas soluções, bem como o que já está sendo feito em localidades do Brasil e do mundo.
O que é uma cidade inteligente?
Muito embora o nome remeta à tecnologia, uma cidade inteligente envolve bem mais do que isso. De acordo com um a consultoria global CBInsights, esse tipo de cidade é marcado por características como sustentabilidade, eficiência, igualdade e inclusão social, segurança e fertilidade econômica. Nesse sentido, a tecnologia está mais para um meio com o qual atingir esses objetivos, do que um objetivo em si.
Atualmente, quem carrega o título de cidade "mais" inteligente do mundo é Cingapura. Localizada na península da Malásia, a Cidade-Estado está entre as economias mais desenvolvidas do planeta, mesmo tendo pouco mais de 5 milhões de habitantes, e um exemplo clássico do avanço tecnológico da cidade é a quantidade de sensores espalhados por todo o seu território.
Captando dados em tempo real, eles são responsáveis por medir o consumo de energia, de água e até mesmo o volume de lixo produzido todos os dias.
O exemplo de Cingapura deixa claro o que é preciso fazer para se tornar uma cidade inteligente: não basta investir em tecnologia, é preciso fazê-lo de modo a evoluir a infraestrutura urbana, gerando benefícios concretos para os cidadãos.
Tal metodologia, inclusive, é comum entre todas as cidades inteligentes deste ranking, incluindo Zurique, na Alemanha; Oslo, na Noruega; Taipei, em Taiwan; Lausanne e Genebra, na Suíça; Helsinque, na Finlândia; Copenhagen, na Dinamarca; Auckland, na Nova Zelândia, e, por último, Bilbao, na Espanha.
Os principais aspectos de uma cidade inteligente
Uma vez compreendido do que se trata uma cidade inteligente, é interessante destacar como esse atributo impacta o dia a dia do cidadão na prática. Nessas cidades, o poder público utiliza dados, conectividade e automação para resolver desafios urbanos, transformando a oferta de educação, segurança pública e saúde, para citar alguns exemplos.
As cidades inteligentes utilizam sensores, redes de comunicação de alta velocidade e a Internet das Coisas (IoT) para coletar e analisar dados em tempo real. Isso permite o monitoramento de diversos aspectos do território, como tráfego, qualidade do ar, consumo de energia e muito mais.
Por conseguinte, é com essas informações que elas conseguem melhorar o transporte público, reduzir congestionamentos e promover o uso de modos de transporte sustentáveis, como bicicletas e carros elétricos. Tudo isso também conta com a ajuda de sistemas de transporte inteligentes, planejamento urbano eficiente e aplicativos de mobilidade.
Preocupadas com a sustentabilidade, a redução do impacto ambiental é outro objetivo importante das smart cities. Isso inclui a eficiência energética, o uso de energias renováveis, a gestão inteligente de resíduos, a promoção de áreas verdes e o planejamento urbano voltado para a sustentabilidade. A cidade finlandesa de Helsinque, por exemplo, planeja se tornar carbono-neutra até 2035.
Além disso, esses centros urbanos já estão se preparando para enfrentar desafios como mudanças climáticas, desastres naturais e crises de saúde pública.
Já no tocante à forma de governo, os prefeitos das cidades inteligentes adotam práticas de governo digital para melhorar a eficiência da administração pública, reduzindo a burocracia em processos que podem beneficiar a população. Durante a aquisição de bens públicos, por exemplo, é possível optar pela adesão a Atas de Registro de Preços, o que garante muito mais agilidade e eficiência.
Adicionalmente, a gestão de uma Smart City costuma se utilizar largamente de consultas públicas, aplicativos de feedback e canais de comunicação direta, que permitem aos cidadãos interagir em tempo real com o governo. Neste caso, um exemplo a ser citado é a cidade de Talín, capital da Estônia.
Nessas cidades, também é comum a presença de sistemas de vigilância por vídeo, alertas de emergência e monitoramento em tempo real. Ao mesmo tempo, graças à infraestrutura moderna e segura, esses centros urbanos estimulam o empreendedorismo, a inovação e a criação de empregos, muitas vezes incentivando setores como os da tecnologia, da ciência e das indústrias criativas.
Por fim, mas não menos importante, a acessibilidade é outra prioridade, tornando as cidades amigáveis para pessoas com deficiência, idosos e outras populações vulneráveis. Aqui, se destaca o pilar da inclusão social, uma vez que uma cidade só pode ser considerada inteligente se abraça a todos, independentemente, inclusive, de classe social.
Existem cidades inteligentes no Brasil?
Com o conceito de cidade inteligente sendo algo amplo, essa não é uma pergunta exatamente fácil de responder. Contudo, é possível identificar atributos das cidades inteligentes em diversas das nossas capitais – ainda que nenhuma delas combine todos esses atributos com tanta eficiência quanto as referências globais já citadas.
Nesse sentido, muito embora não haja, no Brasil, uma cidade inteligente já consolidada como tal, é possível destacar alguns expoentes. De acordo com o ranking Connected Smart Cities 2022, Curitiba é a cidade mais inteligente do país, se destacando por suas iniciativas voltadas à sustentabilidade, tecnologia e empreendedorismo.
Além disso, conforme destaca a matéria do jornal O Estado de S. Paulo sobre o tema, outro símbolo do desenvolvimento tecnológico curitibano é o Vale do Pinhão – uma espécie de "mini Vale do Silício", e que visa promover um ambiente de inovação, empreendedorismo, economia criativa e tecnologia. Não por acaso, o projeto também é voltado para universidades, centros de pesquisa, startups e outros atores sociais.
No ranking, a capital paranaense ainda é seguida por Florianópolis (SC); São Paulo (SP); São Caetano do Sul (SP); Campinas (SP); Brasília (DF); Vitória (ES); Niterói (RJ); Salvador (BA) e Rio de Janeiro (RJ). Para eleger as cidades mais inteligentes do Brasil, o ranking considera 75 indicadores, divididos entre 11 eixos temáticos, que incluem: mobilidade, meio ambiente, empreendedorismo, educação, energia, governança, urbanismo, tecnologia e inovação, saúde, segurança e economia.
Em 2020, o governo brasileiro assinou a Carta Brasileira de Cidades Inteligentes. Construído com o apoio da Alemanha e em apoio à Agenda Nacional de Desenvolvimento Urbano Sustentável, o documento descreve as cidades inteligentes como aquelas preocupadas com o desenvolvimento urbano e transformação digital sustentáveis, incluindo as dimensões econômica, ambiental e sociocultural.
A meta da Carta é alcançar um público abrangente através de mais de 160 recomendações apoiadas em 8 objetivos estratégicos, que incluem:
- Integração das políticas, programas e ações de desenvolvimento sustentável à transformação digital;
- Prover acesso equitativo à internet de qualidade para todas as pessoas;
- Estabelecer sistemas de governança de dados e de tecnologias, com transparência, segurança e privacidade;
- Adotar modelos inovadores e inclusivos de governança urbana e fortalecer o papel do poder público como gestor de impactos da transformação digital nas cidades;
- Fomentar o desenvolvimento econômico local no contexto da transformação digital;
- Estimular modelos e instrumentos de financiamento do desenvolvimento urbano sustentável no contexto da transformação digital;
- Fomentar um movimento massivo e inovador de educação e comunicação públicas para maior engajamento da sociedade no processo de transformação digital e de desenvolvimento urbano sustentáveis;
- Construir meios para compreender e avaliar, de forma contínua e sistêmica, os impactos da transformação digital nas cidades.
Como investir em tecnologia para tornar o seu município uma cidade inteligente?
Conforme visto até aqui, o grande desafio de ser uma smart city está em fazer os investimentos corretos para atingir os resultados esperados. Contudo, guias como a própria carta assinada pelo governo brasileiro permitem desenvolver uma noção de como fazê-lo. Como exemplo, é fácil identificar que, na maioria das cidades brasileiras, o problema de baixa maturidade tecnológica é uma questão de base.
Nesse sentido, é preciso que as prefeituras e órgãos locais consolidem a infraestrutura que apoiará os avanços tecnológicos seguintes, o que se faz, entre coisas, com as ações a seguir:
- Capacitando o cidadão para o uso de serviços públicos digitais;
- Oferecendo treinamento para o corpo de servidores públicos aprenderem a operar sistemas informatizados mais modernos;
- Reforçando a infraestrutura de conectividade da cidade – sobretudo nos órgãos públicos, como em escolas, bibliotecas e repartições públicas;
- Investindo na renovação do parque tecnológico que mantém os serviços públicos em funcionamento – adquirindo computadores modernos e atualizados, soluções de segurança, equipamentos de rede e de energia.
Dessa forma, somente após esses investimentos fundamentais é possível planejar e implementar os próximos passos: quer seja, a construção de uma cidade verdadeiramente conectada e inteligente, capaz de fornecer dados para uma tomada de decisão mais assertiva, bem como de impactar positivamente a vida dos cidadãos.
Para prefeitos visionários, a transformação em direção a cidades inteligentes é uma oportunidade única de promover inovação e qualidade de vida para seus cidadãos. A adoção de tecnologias inteligentes não deve ser encarada apenas como um avanço técnico, mas como uma estratégia abrangente para melhorar a eficiência dos serviços públicos, impulsionar a sustentabilidade e garantir a inclusão social.
Conclusão
Assim como outras questões governamentais, essa é uma enorme responsabilidade incumbida aos gestores públicos – inclusive, porque não se trata de um investimento cujos frutos serão colhidos a curto prazo. No entanto, é importante salientar que, com o apoio de uma comunidade engajada, de servidores capacitados e, principalmente, de um parceiro especialista em infraestrutura tecnológica, toda essa missão pode ficar mais fácil.
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